quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Resenhando Soundchaser


Dentro do Power Metal sempre houve uma discussão de quem seria o inventor do Power/Speed Metal, uma boa parcela dos headbangers acreditam que seja o Helloween e alguns poucos (ainda mais os que conhecem o trabalho deles) dizem que são os caras do Rage. As duas bandas surgiram na mesma época, na década de oitenta aonde chegaram com tudo com vários lançamentos de grande qualidade e respeito dentro do cenário Metal alemão, não fazendo muita diferença de quem foi o verdadeiro precursor do estilo então para os que pouco conhecem o trabalho do Rage este álbum com certeza vale apena ser conhecido, escutado e apreciado com muito carinho e respeito. A banda formada pelo líder e único remanescente da formação original Peter Peavy (baixo, vocais e letras), acompanhado pelo guitarrista russo Victor Smolski e o baterista norte-americano Mike Terrana lançaram um álbum de muito bom gosto, tanto nos timbres, notas, melodias e linhas de voz o álbum Soundchaser lançado em 2003, um ano após ter colocado no mercado o álbum que reviveu a banda Unity, com certeza é um marco do estilo. Aqui se escuta tudo de bom e mais honesto que se pode ser feito, o disco abre com a introdução Orgy of Destruction que tem efeitos de trovões e ventanias com uma voz meio robotizada sussurrando algumas frases e com muitos efeitos de sintetizadores, que lembra um pouco aquela aura das músicas do filme Star Wars, logo após abrindo espaço para um instrumental poderoso com efeitos e frases interessantíssimas de guitarra. “Excellent” é a palavra que inicia a segunda faixa War of The Worlds, as harmonias fazem aquela coisa meio Thrash/Speed Metal com os vocais de Peter fazendo um campo harmônico poderoso, as guitarras de Victor com uma clareza perfeita em todas as notas que ao mesmo tempo em que são sujas e pesadas são de fácil assimilação, Mike Terrana nela dá uma aula de como se tocar bateria com técnica, peso, destreza e swing pois tem muitas influências de Fusion e Jazz no seu modo de tocar. Logo após então vem a animada e com muita influência de “Hard Rock” Great Old Ones, é uma música dançante e bem alto astral mostrando que a banda consegue absorver e adicionar as influências em seu som sem perder a raiz, não tem como destacar um único músico, pois aqui o todo faz a diferença, o solo de guitarra dessa música é fantástico Victor toca as notas de modo extremamente solto e claro que se pode imaginar nota a nota sendo tocada por este que com certeza é um dos maestros da guitarra atualmente. Logo após temos a faixa de trabalho que não apenas dá nome ao álbum mas também é uma das grandes canções já criadas por essa formação, Soundchaser é direta em sua abertura com quebradas de tempo bem insanas, depois caindo em uma linha mais tradicional a voz de Peter, a guitarra de Victor e a bateria de Mike soam como uma locomotiva a todo vapor e que não tem uma peça mais importante pois aqui o conjunto faz a obra soar fantástica. Defenders of The Acient Life, começa com um ritmo bem quebrado aonde a bateria é o carro chefe, uma música mais direta com riffs pegajosos bem Thrash e o timbre sensacional da guitarra levando todo o resto para frente como um trem descarrilado, aqui o solo de guitarra é acompanhado de uma levada animal da bateria. A seguir temos Secrets In A Weird World, iniciada com alguns efeitos de sinos acompanhado de um teclado ao fundo, numa levada aonde me vem à guitarra que alguns segundos depois entra a bateria quando dá um pause em tudo, e a guitarra faz as levadas com riffs cavalgados aonde a cozinha (bateria e baixo) fazem uma linha muito bem sincronizada, as harmonias de voz são de arrepiar Peter demonstra toda a sua capacidade sendo uma voz com um timbre mais Rock’n Roll do que Metal pois ele passa longe dos vocais agudos e gritados dos outros vocalistas do estilo, o maior destaque com certeza fica por conta das ótimas linhas de teclado e sintetizadores que prendem a atenção e estão perceptíveis sem soarem extremamente altos ou exagerados. Está é com certeza uma das maiores músicas da banda, pois é uma balada lenta, cheia de dor, mas que ainda assim tem a capacidade de transmitir certo tom de positivismo, pois ela é “Carne e Sangue” como o nome mesmo diz Flesh And Blood, seu começo já arrepia com um dedilhado de guitarra com um timbre fantástico logo após entrando então bateria e baixo, ao entrar a voz ela se torna enorme em todos os sentidos uma canção mesmo, quando Peter estende as notas então nem se fala parecendo até uma faixa que faz a divisão do álbum, tendo também a sua parte mais rápida e pesada aonde a bateria swingada faz um excelente trabalho uma música altamente recomendada a qualquer um que conheça ou não a banda, se ela é tão boa assim em estúdio imagine ao vivo?! Human Metal é bem pesada e cheia de groove desde o início um som rachado mas que nos faz pensar no que vai vir no próximo segundo, algo que em uníssimo é uma interpretação clara e cristalina de uma ótima composição. Iniciando-se com riffs de guitarra e um tempo quebrado See You In Heaven Or Hell traz uma vitalidade e uma força que nos faz querer banguear a todo o momento, com quatro minutos de pura adrenalina tendo alguns momentos mais lentos quase que um Doom Metal, mas que logo após volta a ser aquela rifferama bem porrada na orelha. A nona canção Falling From Grace, Part 1: Wake the Nightmares, começa com linhas dedilhadas de violão que parecem ser de nylon, pois traz uma melodia suave, sutil, clara e extremamente cristalina que faz uma bela estrada para que a voz de Peter caminhe lentamente e de modo muito comovente, logo após dando espaço para as guitarras pesadíssimas e uma cozinha swingada, direta e pesada sendo está bem diferente da Flesh and Blood pois se caracteriza mais como uma Power balada pois ela tem partes bem rápidas e diretas. Penúltima e infelizmente encaminhando o ouvinte para os últimos minutos do álbum Falling From Grace, Part 2: Death Is on It's Way, tendo uma guitarra dedilhada em sua introdução, com uma cozinha mais harmônica do que na canção anterior esta música tem um ar bem teatral pela interpretação dos vocais em conjunto com o instrumental, fazendo o ouvinte viajar e imaginar uma história relacionada à letra em sua mente. French Bourée faixa que fecha o álbum, uma coisa surpreende nela sendo bem Aor Hard Rock e com uma cara extremamente animada e festiva, mas que não foge a seriedade, sobriedade e contexto do resto do álbum, sendo que está é uma canção aonde os teclados voltam a ter mais ênfase e tem até mesmo um solo de teclado com um timbre bem futurístico, que logo após é continuado pela guitarra simplesmente sensacional. Aqui está mais um grande lançamento do estilo aonde se encontra grandes músicos, ótimas composições e interpretações ainda melhores em todos os sentidos recomendado para qualquer Headbanger que busque Metal de extrema qualidade, assim como para aqueles que só conhecem bandas como Helloween e Stratovarious dentro do cenário Power Metal e que podem ver que o estilo vai muito além de músicas rápidas, cheias de agudos e dois guitarristas fazendo milhares de notas em solos que às vezes não tem sentido nenhum além de demonstrar a capacidade técnica dos seus músicos. Nota 10 com certeza, álbum recomendado para todo fã de Heavy Metal.

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