terça-feira, 29 de novembro de 2011

Resenhando Reason


Aqui está o segundo álbum que viria a ser o ultimo com a formação original do Shaman, nele trouxe inúmeras modificações a primeira foi à adição de mais uma letra “A” ao nome da banda que então passou a se chamar Shaaman, além disso, a banda demonstrava buscar uma nova visão musical, foram três longos anos que separam o lendário Ritual deste que se chamaria Reason. Nele encontramos como sempre grandes composições pois a formação Andre Matos (vocal), Hugo Mariutti (guitarra), Luis Mariutti (baixo), Ricardo Confessori (bateria) e ainda com o músico que além de grande companheiro da banda é descrito como músico contratado Fábio Ribeiro (teclados), sendo que a energia aqui é mais depressiva e sem cor algo cinzento que influenciou diretamente na sonoridade, aqui segue a contramão de seu antecessor. O trabalho gráfico do álbum também segue uma atmosfera bem apática e opressiva, na primeira música o ouvinte já tem um grande choque, Turn Away começa com berros do que parece uma pessoa tendo um surto ou quem sabe despertando de um pesadelo, aqui a cozinha é algo monstruoso bateria e baixo pulsante, vibrante, pesada e cadenciada ao lado de alguns efeitos de sintetizadores e a voz de Andre seguindo um tom mais grave do que anteriormente tudo acompanhado por linhas de guitarras com riffs mais diretos e enxutos que outrora. Reason, segunda canção que dá nome ao álbum é bem mais atmosférica aonde os efeitos de teclados e a guitarra dedilhada são de arrepiar, as linhas vocais simplesmente parecem flutuar em cima de toda a carga obscura que a canção traz em seu esqueleto algo para se ficar surpreso certo? Mas ai então que surge a maior surpresa deste lançamento, More música do The Sisters of Mercy aqui recebe um cover bem moderno, diferente e extremamente Metal claro que com um pouco da atmosfera do Gothic Rock da versão original, mas nesta versão tudo ficou mais intricado guitarra, baixo, bateria, a voz e as linhas de teclados e sintetizadores alguns irão amar e outros odiar está versão pois mesmo tendo alguns aspectos da sua versão original, aqui ela ficou mais “xamãnica” por assim dizer. Música de trabalho Innocence, foi o primeiro vídeo clipe da banda, está é uma balada com enorme destaque para os sintetizadores, teclados e para a bela voz de Andre Matos que é de deixar qualquer um muito emocionado assim como os timbres que Fábio Ribeiro conseguiu extrair dos instrumentos anteriormente citados. Scarred Forever é uma canção mais rítmica em seu inicio com o baixo e a bateria fazendo algo cheio de swing no começo que com o tempo vai crescendo gradativamente, mas o grande destaque desta canção são os riffs e o timbre da guitarra de Hugo Mariutti, algo mais old-school que nos faz lembrar o tipo de sonoridade de guitarristas de Metal Tradicional dos anos 70/80 principalmente no que diz respeito aos harmônicos. A única canção que nos leva diretamente a lembrar o álbum Ritual é apenas está In The Night, pois ela começa com efeitos mais indígenas uma aura mais voltada para música ambiente em sua letra se fala em sonhos e verdades algo mais visando o autoconhecimento, aqui a unidade que a banda é faz uma das melhores músicas do álbum com certeza não tendo como destacar um único aspecto pois tudo aqui se encaixa perfeitamente! Continuando temos a swingada Rough Stone, está começa mais lenta meio que uma Power balada, aonde a voz de Andre Matos passa um sentimento enorme às vezes bem agonizante com um segundo destaque também para o baixo, pulsante e potente de Luis Mariutti que nesta canção dá uma aula de versatilidade sem perder o feeling. Iron Soul começa de modo mais, direto, rápido e pesado que a sua anterior sendo aqui o grande destaque as linhas de baterias com viradas interessantíssimas de Ricardo Confessori que também faz uma ótima utilização dos pratos, sendo bem progressiva em muitos momentos ainda mais com o apoio dos ótimos riffs de Hugo e das linhas de teclado de Fábio Ribeiro, sendo o solo da guitarra algo muito inspirado e fazendo jus ao legado do guitarrista Randy Rhodes com certeza o seu final é algo extremamente pesado e apo ético. Iniciando com um canto gregoriano de fundo, depois caindo em algo mais introspectivo com uma voz que parece algo mais indígena eis que surge a penúltima e mais direta canção do álbum Trail of Tears nos lembrando muito dos cds mais clássicos de Ozzy, Deep Purple e Judas Priest pois os riffs de guitarra aqui estão anos luz a mais calcados em uma visão musical mais direta e sem dar qualquer toque de Metal Melódico que ainda tinha no álbum anterior. Born To Be é a canção que encerra o álbum, para descrever está canção em uma única palavra seria “motivação” pois ela fala de se auto encontrar em meio à dor e flagelo que o mundo pode nos causar nos anos que se passam também assumindo uma questão de falar de liberdade ao mesmo tempo, fazendo-nos assim no fim das contas solitários, está canção na comunidade do Andre Matos no Orkut chegou a virar tópico de discussão pois alguns chegaram a dizer que a letra dela estaria relacionada ao que Cristo passou em sua vida, e olha lá, o criador do tópico fez ótimas alusões que fazem até que muito sentido, a linha instrumental abordada pela banda é algo extremamente magnético e atrativo que prende o ouvinte a escutá-la com muita atenção. Como sempre Andre Matos & Cia inovando e vindo com lançamentos que são no mínimo interessantes, mas este é um aspecto que às vezes torna a caminhada musical da banda mais complexa pois em um primeiro instante quando Reason saiu foi visto com certo estranhamento pelos fãs, pois ele segue uma linha bem contrária de Ritual, calcado totalmente no Metal Tradicional com uma aura extremamente depressiva e opressiva vinda do Gothic Rock que foi uma grande influência para a banda na composição do disco sendo a maior comprovação disso o cover do The Sisters of Mercy que foi indicado pelo baterista Ricardo Confessori. Vale apena conferir pois pode não ser um álbum para se chamar de “Clássico” como o seu anterior mas com certeza é um disco de muita qualidade, que exige muito mais do que uma ou duas simples audições para se entender a temática e proposta da banda, nota 8.

domingo, 27 de novembro de 2011

Resenhando Monday Morning Apocalypse


Logo após o lançamento do excelente The Inner Circle e do ótimo álbum ao vivo A night To Remember o Evergrey trabalho rápido para o lançamento de mais um álbum de inéditas, que recebeu o titulo de Monday Morning Apocalypse. A banda que é chefiada por Tom S. Englund (vocalista, guitarrista e também faz as letras e cria a maior parte das canções) acompanhado dos competentes Henrik Danhage (guitarra), Rikard Zander (teclados e sintetizadores), Jonas Ekdahl (bateria) e Michael Hakansson (baixo), fizeram uma revolução em seu modo de ver a sua própria música. Canções diretas e sem muitas camadas de teclado, as linhas vocais de Tom soando bem mais calmas e com as guitarras e o baixo bem na cara vamos dizer assim tornaram a banda mais fácil de digerir sendo que ficou bem comercial também, alguns disseram que foi devido à adição do produtor externo Sanken Sandquist que gravou álbuns de bandas e músicos como Def Leppard, Rammstein, Britney Spears e Bon Jovi. O que de fato se escuta aqui vai contra o que a banda tinha feito anteriormente, Monday Morning Apocalypse faixa que além de levar o nome do cd se encarrega de mostrar a competência da banda inteira em faixas mais diretas, destacando-se o trabalho da cozinha bateria e baixo que fazem um contexto impar e com muito groove e feeling. Unspeakable continua o álbum com uma entrada mais rítmica e os vocais de Tom em alta, abrem espaço para riffs diretos e secos de guitarra com belos harmônicos por todo lado com uma aura mais soturna que a faixa anterior. Continuando temos Lost uma canção mais profunda e aonde se consegue ouvir as notas de Rikard Zander em seus teclados mesmo que bem mais baixo do que no álbum anterior, nesta faixa ainda se encontra alguns resquícios daqueles vocais de corais que a banda muito usava, o solo dela música também é muito interessante pois ela tem muito de Blues até mesmo porque é feito com o timbre limpo da guitarra. Com certeza uma das músicas mais fortes deste cd é Obidience quarta faixa que entra arrebentando tudo, com os teclados soltando notas frias e os outros instrumentos fazendo algumas paradinhas, logo após abrindo espaço para riffs quebrados de guitarra acompanhados de um baixo e uma bateria pulsante com vocais muito bem postados de Tom, sendo que está canção possui um dos solos mais cativantes da bolacha! The Curtain Fall é uma música que começa crescendo aos poucos e já entra quebrando tudo, dando continuidade ao que ouvimos antes, mas aqui a bateria faz um trabalho maravilhoso com muitas viradas. Tensão é a palavra que vem a mente quando se escuta o começo da canção In Remebrance, começando com o instrumental bem carregado sem muitas nuances a letra fala sobre lembranças de alguém que se perdeu, aqui as linhas de teclado aparecem bastante e aqueles vocais que seguem estilo corais de igreja cantam o nome da música entre as frases cantadas por Tom. Uma das músicas mais comerciais com certeza é esta At Loss For Words, nela não se tem muita coisa diferente e pode baixar quase que batida para a maior parte dos ouvintes, pois nela é tudo tão certinho que não parece tanto que estamos ouvindo o Evergrey. Till Dagmar mostra a qualidade e capacidade musical de Rikard Zander que nesta faixa instrumental de quase dois minutos de duração, dispara notas bem frias e cheias de dor em um piano. Still In The Water, tem alguns efeitos de sintetizadores até a sua entrada magistral com riffs cortantes, diretos e que fazem contrastes com uma cozinha rítmica bem feita uma canção com inúmeras vocalizações que lembram um pouco parte da dinâmica vocal da faixa The Great Deciever. The Dark I Walk You Through infelizmente é uma canção fraca e pouco inspirada, não traz nada de novo e muito menos algo que chame a sua atenção a única coisa que nota-se é que aqui o que mais foi trabalhado foi à atmosfera da canção só. Penúltima canção I Should chama muito a atenção pela letra que como sempre Tom faz um trabalho incomparável, é uma canção lenta aonde os teclados dão o ar da graça novamente com efeitos de sintetizadores ao fundo um refrão grandioso que faz com certeza qualquer fã cantar a plenos pulmões. Encerrando com uma grande balada Closure é uma das canções mais tristes e arrebatadora já feita por Tom, que é acompanhado apenas dos teclados de Rikard Zander, a letra trata de fazer inúmeras perguntas sobre o valor da vida relacionado ao sofrimento em que passamos em nossas vidas, questionando também aquelas pessoas as quais não se sentem agradadas com nada do que fazemos para elas falando de uma existência que não foi grande coisa mas apenas algo suficiente para este mundo. O que se percebe aqui é um lançamento mais comercial sim, com faixas de muito mais fácil digestão e compreensão aquele tipo de álbum que se recomenda para alguém que não conhece a banda e não curte muito atmosferas extremamente opressivas/depressivas e vocalizações desesperadoras como era o costume da banda até o The Inner Circle, percebe-se que faz aqui uma divisão de águas entre o antes e o depois de A Night To Remember pois com este tropeço da banda que só viria a se recuperar por completo dois álbuns depois com Glorious Collision deixando de usar atmosferas extremamente carregadas de vozes a capela que a banda usava muito e também tratando em suas letras mais os contextos mais casuais e não temas como religião, pedofilia e extraterrestres como anteriormente recomendado para quem nunca ouviu a banda para um primeiro contato mais suave, e ultima recomendação para quem já conhece e curte a banda de outros álbuns, nota 7.