quinta-feira, 10 de junho de 2010

Resenhando The Inner Circle


Evergrey - The Inner Circle



Bom antes de começar essa resenha, tenho que fazer uma breve explicação. Como todo bom fã, músico ou quem curte Heavy Metal, sabe da aversão que o estilo tem da religião e vice-versa. Quantas vezes as igrejas Cristãs não atacaram e ainda atacam esse estilo de música, que surgiu para isso mesmo causar impacto. Ai com o tempo surgiu o White Metal, criado pela banda Stryper que conseguiu realizar uma pequena aproximação entre o estilo musical e a religião cristã, mas até hoje desde seu início nos anos 80 todos sabem que é uma falsa idéia de que o Metal e a igreja cristã se dão bem. Pois até os dias presentes essa guerra não acabou e pelo jeito não vai acabar, primeiro porque o estilo musical sempre foi contra muitos dos ideais cristãos e outra porque a própria igreja nunca gostou do estilo e o abominou como muitas outras coisas na sua história. Agora partindo para a banda, bom Tom S. Englund sempre foi o líder, guitarrista e vocalista criando a maior parte das concepções das letras, com muito “feeling” tanto nas melodias, corais e nas letras Tom também tem um timbre vocal único, Sendo o cd The Inner Circle o ápice da sua concepção sobre a religião, quem conhece o cd Solitude*Dominance*Tragedy tendo escutado a música “A Scattered Me” e já leu a sua tradução sabe o quanto Tom escreve o que pensa nos álbuns da banda, mas se nessa canção ele chama a Deus de Judas em The Inner Circle ele critica as religiões cristãs com grande esmero. Os músicos que deram suporte a ele foram Henrik Danhage guitarra e backing vocals, Michael Håkansson baixo, Rickard Zander teclados e backing vocals e o estreante Jonas Ekdahl na bateria, muitos dizem e acreditam que essa foi a melhor formação da banda até hoje. Sobre o álbum em si, tirando os músicos da banda ainda se tem os belos backing vocals de Karina Englund esposa de Tom algumas músicas também tem a participação de um quarteto de cordas da orquestra de Gotemburgo o que dá uma dimensão ainda melhor e mais real ao álbum. A primeira música a abrir o álbum é “A Touch of Blessing” a música é lenta e começa baixa e sua altura vai subindo aos poucos, com apenas a voz de Tom e a guitarra de Henrik dando entrada à música, quando entra os teclados e os outros instrumentos à música adquire uma força e vitalidade sem igual, bem intricada e cheia de um clima soturno. “Ambassador” segunda música começa com uma citação do que parece ser um padre e já entra arrebentando tudo com riffs pesados, e um ritmo pulsante, quando entra a voz então a gama densa se torna ainda maior, pois nela prevalecem mais os backing vocals, destaque para o ritmo quebrado, os solos de guitarra e as linhas de teclado. A terceira música é a “In the Wake of the Weary”, continuando o ritmo da segunda canção começando rápida, mas com bem mais melodia que a anterior, destaque para a voz de Karina que aqui dá uma pequena demonstração da sua bela voz soltando alguns agudos também. Seguindo em frente eis que vem “Harmless Wishes” essa já entra de modo mais lento e com uma performance vocal de Tom cheio de tristeza e dor como se tivesse perdido tudo para alguém, a letra é algo excepcional destacando também as linhas de teclado que da todo o clima da música. A primeira balada do álbum chega “Waking Up Blind” todo o instrumental é bom, as linhas vocais ainda melhores ainda, podendo se ouvir e prestar atenção em cada instrumento perfeitamente. “More Than Ever” volta a dar aquele clima tenso e pesado do álbum com inicio bombástico e ritmo extremamente quebrado, que só segue uma linha tênue no seu refrão acompanhado de um riff singelo e muito interessante de guitarra os dois solos, tanto o de Tom quanto o de Henrik são os melhores do cd. “The Essence of Conviction”, música pesada, com ritmos quebrados, com ótimas linhas de teclado e um vocal avassalador, os backing vocals de Karina e dos outros músicos dão uma dimensão ainda maior para a canção. Agora eis que chega uma das músicas de mais difícil digestão do álbum “Where All Good Sleep” uma música mais lenta, mas com uma pegada tão pesada quanto à anterior, só que em alguns momentos ela parece manter o mesmo clima e ritmo por não ter para onde evoluir a música só se torna interessante quando entra nos seus três minutos ainda sim, quando surge uma gama enigmática sobre a canção. “Faith Restored” é a segunda e ultima balada do cd, sendo ela não apenas calma, mas simples também, apenas voz, violão, teclado, backing vocals e uma pequena citação do que parece um Pastor. Para fechar o álbum a música mais tensa do cd “When the Walls Go Down”, começa com uma linha de teclado que chega a nos remeter a filmes de terror clássico, pelas notas frias e pesadas, sendo que pouco tempo depois entra a voz de um homem que parece estar fazendo uma declaração aonde ele começa pedindo ajuda a Deus, depois passa para algo como se fosse uma conversa aonde expõe o que está passando, logo após isso começa a reclamar de sua vida e então sua voz ganha um tom choroso e melancólico, alguns instantes de silencio e então o instrumental ganha um ritmo ainda mais pesado e tenso. Com isso o que antes era tristeza se torna ódio e reclamações demonstrando todo o ódio e desprezo que se pode sentir por esse Deus das igrejas de hoje. O cd é um dos melhores já feitos falando sobre o tema religião e fé, abordando de modo sincero e realista os dias de hoje, lembrando que o Evergrey não é uma banda satânica ou anticristo, e tem também uma versão do álbum que vem com três faixas bônus acústicas sendo elas “I’m Sorry”, “Recreation Day” e “Madness Caught Another Victim” todas são faixas do cd anterior Recreation Day e foram gravado em uma pequena apresentação da banda na FNAC na França. Álbum nota 9 vale apena conferir...