segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Resenhando Hellakin Riders
Muito
se escuta falar que São Paulo e Rio De Janeiro são as cidades do Rock no
Brasil, alguns canais da imprensa tem a picaretagem de falar que ainda do Rock
Pesado bom, mas vamos e convenhamos sabemos que isso é falácia pois por aqui o
que prevalece é futebol, cerveja, carnaval e novela fazendo muitas bandas de
Metal nascerem e morrerem prematuramente até mesmo quando vai se fazer um som
próprio tem que se enfrentar o espaço cedido com muito carinho as bandas covers
e gringas que vem atualmente fazer turnê Brasil afora já que seus continentes
estão vivendo crises crescentes certo?! Mas talvez isso dê um brilhantismo a
mais para as bandas que surgem aqui e tentam galgar seu espaço provando que
nada devemos ao que vem de fora, com certeza um dos maiores guerreiros do
estilo é o vocalista Mario Linhares que montou a banda Dark Avenger em Brasília
fazendo um Power Metal primoroso com vocais fantásticos gravou dois álbuns
sendo eles o auto-intitulado Dark
Avenger de 1995 e o Tales Of Avalon: The Terror de 2001, logo após isso veio o
EP X Dark Years de 2003 lembrando também que o primeiro lançamento da banda foi
a Demo-Tape Choose Your Side.. Heaven Our Hell de 1994. Aonde o que vigorava
era aquele Power Metal com uma pegada aliada ao Metal Tradicional, mas com o
tempo veio o desgaste da formação que a fez encerrar as atividades no festival
BMU (Brasil Metal Union) no ano de 2005 aonde o único músico da banda a
participar foi Mario Linhares com colegas de outras bandas que tocaram
guitarras, baixo, teclado e bateria mas ainda nessa apresentação ele se
despediu prometendo voltar o quanto antes e no outro dia no mesmo festival se
apresentou com o Harllequin sua nova banda aonde na sua formação estavam
Fabricio Moraes guitarras (ex - Dark Avenger e ex - Abhorrent), Cesar Zolhof bateria e percussão (ex -
Khallice), Pedro Val teclados e Caio Duarte baixo (Abhorrent e Dynahead) sendo
que nesta primeira apresentação lhes rendeu o cd e DVD lançado de forma
independente Live In São Paulo contendo as músicas inéditas Going To War,
Hellakin Riders, King of The Dead, The Bride e Riddle aonde se podia ver uma
amostra do que viria pela frente. E
desde então a banda passou apenas a fazer shows, lançando o EP King of The Dead
em 1 de março de 2005 contendo quatro das cinco músicas tocadas nos shows mais
o cover da Welcome Home de King Diamond sendo este de tiragem pequena lançando
pelo selo Orbs Estúdio seguindo de mais
inúmeros shows durante os três próximos anos quando ia então lançar o álbum
completo Archangel Asylum que continha mais quatro canções inéditas totalizando
nove faixas, já estava com clipe produzido e a capa do cd pronta para o
lançamento, quando de repente surge o anuncio do fim das atividades da banda no
dia 18 de agosto de 2008 com isso vieram quatro anos na geladeira quando em
2012 Mario Linhares anuncia a volta do Dark Avenger com o álbum Tales of
Avalon; The Lament o que soou como um choque elétrico para muitos fãs de Metal
no Brasil pois a volta sempre foi muito esperada neste mesmo ano anunciam a
volta do Harllequin com o lançamento tão esperado só que agora com titulo novo,
nova capa e nova formação. Hellakin Riders é um álbum primoroso que a muito já
estava pronto, masterizado e finalizado desde o ano de 2008 sendo que a maior
novidade do álbum é a décima música, abrindo com um soco bem seco no tímpano
temos Three Days In Hell o nome da música é de arrepiar a introdução com o solo
de bateria faz qualquer um se arrepiar trazendo junto riffs dilacerantes de
guitarra, um baixo pulsante bem Prog Metal com os vocais gritados e agudos
estendidos lembrando bandas como Grim Reaper e Judas Priest. Em seguida temos
Archangel Asylum que entra de modo bem enigmático devido aos climas de teclado,
dando espaço para mais uma pedrada monstruosa em uma linguagem direta em alguns
momentos e em outro cheio de tempos quebrados e paradas insanas. Going To War
já é uma faixa bem mais direta e seca aonde os vocais são mais graves e bem
mais tenebrosos com agudos espalhados por quase todo lado fazendo desta uma das
canções mais raivosas do cd sendo que nela tem uma passagem bem tântrica aonde
as linhas de baixo junto das caixas da bateria fazem um trabalho excepcional.
Abrindo com riffs de guitarras bem Doom Metal, linhas soturnas de teclado assim
começa Overshadow que logo após tem uma passagem bem Thrash/Death Metal
impressionante a mistura visceral que se encontra nesta canção aonde se
encontra muito espaço para as linhas de baixo. King of The Dead com certeza é
aquela faixa que traz a cara dos anos 70/80 de bandas do estilo NWOBHM (New
Wave Of British Heavy Metal) aonde as guitarras são bem sujas cheias de escalas
e vocais altíssimos que tocam no mais profundo da alma do ouvinte. Hellakin
Riders faixa titulo do álbum com certeza é espantosa pois traz um andamento
insano no seu começo, caindo em algo mais soturno no meio com linhas de
teclados que fazem lembrar muito dos climas que King Diamond conseguia tirar
com a sua banda Mercyful Fate nos seus contos de Horror. Continuando temos The
Riddle que com certeza é a que mais se aproxima daquele Power Metal flertando
com Metal Tradicional dos tempos do Dark Avenger onde com certeza o grande
destaque fica pelas linhas de bateria secas, diretas, fortes, rápidas e pesadas
misturada as linhas insanas de guitarra cheias de escalas progressivas. Logo
após surge a primeira balada The Bride uma música na qual se fala de amor, de
uma forma trágica, profunda e bem filosófica fazendo a comparação de imagem e
água com clima bem sugestivo aonde os harmônicos de guitarra aliado as linhas
de baixo ganham uma entonação indescritível. Na reta final do cd temos
Daredevil primeiramente uma das faixas mais quebradas e com três vocais
diferentes sendo o primeiro da vocalista Hoanna Aragão uma bela voz suave e
calma, fazendo contraste com os vocais rasgados de Caio Cortonesi na introdução
e em momentos da canção e completando as linhas de voz altíssimas de Mario
Linhares principalmente na frase “Holds Me” que com certeza faz até defunto
despertar! E fechando os poucos mais de 60 minutos de música temos Ancestors
uma bela canção aonde o que predomina são as mais belas linhas de teclado de
forma bem atmosférica e grandiosa. Aqui
está mais uma das grandes bandas do nosso país se você gosta de Rock/Metal com
peso, melodia, agressividade, intelectualidade e letras fantasiosas com certeza
deve-se ouvir o som do Harllequin e apreciar cada segundo que o álbum tem a
oferecer sendo que no encarte ainda conta com a formação antiga que gravou as
músicas sendo Mario Linhares (vocalista), Kayo John (bateria), Caio Cortonesi
(baixo), Pedro Val (teclados) e Fabricio Moraes (guitarra), todas as letras são
do Mario Linhares em exceção da Ancestors aonde ele dividiu a tarefa com Pedro
Val e nas composições harmônicas do álbum ele dividiu principalmente com
Fabricio Moraes e Pedro Val sendo todo produzido, gravado e mixado no BroadBand
Studio por Caio Cortonesi podendo se escutar todos os instrumentos e a voz com
perfeição e clareza sem perder o peso aqui está um álbum 100 % tupiniquim e
nota 10.
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