terça-feira, 12 de outubro de 2010

Resenhando Mind Over Body


Como é de boa parte do conceito nacional, estamos acostumados a enxergar muito bem o que vem de fora, sempre menosprezando o que temos aqui dentro do nosso próprio país. Parece uma utopia que nunca terá fim, isto se aplica a quase tudo mas em boa parte a arte, seja ela visual ou musical, com isso deixamos trabalhos verdadeiramente interessantes e cheios de energia e criatividade dedicada do nosso povo passar despercebido. No Heavy Metal não é muito difícil ver uma pessoa se declarando fã de inúmeras bandas internacionais, e tecendo criticas e comparações com o nosso mercado, com isso que perde? O público ou as bandas nacionais? A reposta é uma só: os dois. Com isso deixamos de ter um cenário musical sólido com bandas estáveis, assim como ficamos na mão de bandas internacionais que pintam e bordam quando se trata do seu material, CDs, camisetas, todo o resto do seu merchandise e também em relação aos shows com preços exorbitantes. A outra coisa que nos faz refletir, se a coisa continuar do jeito que está como será o nosso cenário da música pesada depois que as grandes bandas acabarem? Eis então que podemos perceber o surgimento de uma nova safra de bandas e entre elas está o MindFlow! Banda paulista, que durante anos batalhou até lançar o seu primeiro disco em 2004 o Just the Two of Us... Me and Them. Desse ponto em diante surgiria uma das bandas mais criativa, complexa e inovadora do cenário nacional. Seu primeiro álbum lançado de modo independente trazia a formação de Danilo Herbert (vocal), Rodrigo Hidalgo (guitarra e vocal), Ricardo Winandy (baixo), Miguel Spada (teclados) e Rafael Pensado (bateria, percussão e vocal). Um grupo de grandes músicos que no primeiro álbum lançado de forma independente, mostraram para que vieram de modo único, logicamente que no primeiro álbum se percebia as influências de inúmeras bandas principalmente o Dream Theater por causa do lado progressivo. Mas ao mesmo tempo já demonstravam estar em busca de uma sonoridade única, não querendo ser conhecidos como o Dream Theater brasileiro, todos os músicos conseguiram mostrar um pouco do seu lado próprio e em partes já se nota isso.

Após este breve resumo, vamos falar exatamente do segundo álbum da banda o Mind Over Body. Com um nome bem subjetivo “mente sobre o corpo” o MindFlow não apenas encontrou o seu lado próprio musical como rompeu a barreira do simples cd físico, este que vem em um slipcase, dentro de um digipack, contendo dois encartes, sendo um o encarte com as letras e o outro uma história em quadrinhos (em inglês) da música Follow Your Instinct. Isso não torna apenas o álbum mais rico em si, dando também um ar muito mais complexo para o trabalho, fora tudo isso que foi citado ainda tem o ideograma que esta na capa é o ch’i em chinês e o ki em japonês. Ch'i (pronunciar "chee" e doravante escrito "chi") é uma palavra chinesa usada para descrever "a energia natural do Universo." Esta energia, apesar de chamada "natural," é na verdade espiritual oi sobrenatural, e é parte de um sistema metafísico, não empírico. Não obstante, os crentes no Chi fazem afirmações que podem ser empiricamente testadas. Proponentes afirmam provar a existência e poder do Chi curando pessoas e fazendo truques mágicos, como partir um pau com a ponta de uma folha de papel, ou como partir um tijolo com o pé ou a mão nua. Boa parte dos enigmas por trás do álbum desvendados, partindo agora para as canções em si, como dito anteriormente o MindFlow segue uma linha musical direcionada para o Metal Progressivo, se no primeiro álbum havia andamentos, rápidos, lentos, pesados, leves e uma enorme gama instrumental, em Mind Over Body isso é aumentado ainda mais. Por isso que talvez esse seja um dos álbuns menos indicados para se conhecer a banda, pois por mais que ele circule em cima de um único tema espiritual/físico as músicas seguem linhas diferentes, com muita variação musical tantos no instrumental, quanto no vocal. A música de abertura Crossing Enemy's Line já demonstra a cara de como vai ser o álbum, começando com um instrumental enigmático e inúmeros efeitos de teclado, depois caindo em algo mais orgânico mas extremamente variado, com muito groove e quebras de tempos insanos, abrindo caminho para um vocal mais sujo e rasgado de Danilo Herbert, que logo depois cai em no seu timbre mais bem usado entre o agudo e grave, consiste em seus doze minutos de música, quando todo o instrumental para efeitos de teclados tomam toda a música até a volta climática, sendo que nesta canção também pode-se ouvir claramente a influência do Metal Progressivo dos anos oitenta. Logo após o fim bombástico da primeira canção, entra a Upload-Spirit com uma guitarra bem grave e linhas rítmicas de bateria acompanhando, dando alas a um instrumental bem contagiante em todos os sentidos junto de um coral que parece de monges, nela já se pode sentir o lado progressivo mais direto e com o vocal mais limpo, numa linha diferente da primeira canção mas dando continuação, em algumas partes as guitarras de Rodrigo Hidalgo lembram demais as afinações insanas de Tom Morrelo (ex-guitarrista do Audioslave) sendo que essa música tem uma carga bem mais dramática. Thousand Miles From You é a primeira balada do álbum, que corta um pouco dos climas intricados, enigmáticos e sombrios das canções anteriores, a grande diferença é que se saca uma grande diferença nessa balada, tem um lado mais para o Pop com um toque de Blues, os grandes destaques ficam para os vocais, o piano de Miguel Spada e o latente e harmonioso baixo de Ricardo Winandy. Logo após outra balada Just Water, You Navigate está canção é um pouco diferente, pois percebe-se de cara que ela é uma típica balada de Metal Progressivo, o baixo Ricardo e a bateria de Rafael Pensado carregam a música, tanto no ritmo quanto ao que diz a linha instrumental que esta mais variada, com algumas viradas aqui e ali de bateria e escalas de baixo, sendo que logo após os quatro minutos a canção ganha um ar mais pesado e desesperado por assim dizer. Chair Designer trás de volta o ar pesado e psicodélico do álbum, entrando com um ritmo constante do instrumental, logo após caindo em uma linha mais variada, até a entrada dos vocais e ficar tudo muito intricado, nela os riffs de guitarra são bem audaciosos e pesados, onde os teclados estão bem altos e mostrando desde um lado mais técnico até o lado mais tenso da música com certeza uma das melhores linhas de Miguel enquanto esteve na banda, pois nos dez minutos de música ele demonstra uma variação de timbres e rítmica muito interessante. A Gift To You da continuação ao lado mais depressivo e apreensivo, com uma linha bem fria e triste de piano a voz de Danilo parece simplesmente deslizar pelas notas, ainda em uma parte dando espaço para um pequeno solo de violino que casou perfeitamente com a idéia e harmonia central da música, que termina um singelo coral. Hellbitate surge de modo nada modesto, com alguns efeitos acompanhados de uma guitarra pesadíssima, os vocais cheios ruídos, indo para um lado mais progressivo e agressivo, nela a bateria se sobre sai de modo formidável não só pelas quebras de tempo, mas por viradas muito bem criadas que caem como uma luva em todos os doze minutos da canção, não seguindo uma única linha, sendo está uma das músicas mais complexas do álbum pois ainda cai em um clima, mais lento aonde as linhas de piano imperam de modo magistral, dando mais uma vez espaço para lindíssimo solo de violino, que logo após dá espaço para que a canção cresça e fica pesadíssima novamente, terminando está apenas com as vozes cantando e alguns efeitos. Follow Your Instinct é a canção mais longa com quase dezesseis minutos de duração, complexa e de difícil absorção, pois além de conter um conceito aonde é contada uma história, têm o seu lado musical que é extremamente variado, quebrado, pesado, acústico e cheio de groove principalmente as linhas de guitarra e voz. Para fechar o cd com chave de ouro a sombria Hide and Seek, canção que começa com linhas de piano e violino que chega a lembrar antigos filmes de terror, logo após se tornando ainda mais obscura com a entrada dos outros instrumentos, os vocais de Danilo começam bem sussurrados conciliando com a estrutura da música, um clima arrepiante floresce nesta música conforme vai rolando a audição sendo essa música meio que um Dream Theater com um toque de King Diamond. Como é de costume no estilo, algumas bandas pedem para que seus trabalhos mais complexos ou variados sejam ouvidos três vezes no mínimo para que se emita uma opinião, no caso de Mind Over Body ouça no mínimo cinco vezes, pois este não é apenas um cd complexo musicalmente, mas também fisicamente e tudo se encaixa numa gama musical extremamente focada e que a cada audição percebe-se elementos novos em cada canção parecendo ser um mar infinito de criatividade. Este álbum é nota 10 por ser um segundo trabalho de uma banda nova, que fugiu do comum tanto no cd físico quanto no lado musical!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resenhando Aqua


Aqui está um álbum que há muito tempo foi esperado, por muitos fãs no mundo, mais ainda pelos fãs tupiniquins. Depois de uma longa pausa de três anos a banda Angra veio a anunciar um novo álbum de inéditas, depois de passar por um processo demorado e lento em relação a dois aspectos diferentes. O primeiro foi à abertura de processo contra o seu antigo empresário Antonio Pirani, pois o mesmo se endividou de tal forma, que chegou a vender parte dos direitos autorais sobre o nome da banda, para o pagamento de suas dívidas, ai entrou o processo de desligamento de contrato e o pedido judicial pelos direitos autorais do nome da banda, por Rafael Bittencourt guitarrista e líder da banda. Vencido esse processo, veio o segundo aspecto que era quem ficaria ou não na banda, em suas reuniões foi decidido em uníssemos que apenas o baterista Aquiles Priester deixaria a banda, por suas declarações sobre os climas pesados dentro da banda antes do encerramento temporário das atividades. Sendo assim é chamado para o posto de baterista Ricardo Confessori, que até então estava no recém reativado Shaman, e por ter tocado em algumas faixas do cd solo de Rafael Bittencourt (Bittencourt Project). Então com uma nova empresária fazendo os negócios pela banda e com o antigo ex-baterista que havia ficado durante 10 anos na banda de volta, eis que começaram os preparativos de um novo álbum.
Então é anunciado um novo álbum de estúdio, com isso a banda começa a colocar online no Youtube os “vídeos reports” que seriam vídeos de estúdio com alguns trechos das gravações, assim como outros de coisas mais pessoais da banda como a chegada no sítio de Ricardo Confessori aonde foi gravado parte do cd Holy Land. Por falar neste álbum dá para perceber que muito do contexto deste álbum tem ligação com o Holy Land, pois as músicas estão com aquele jeitão mais étnico de ritmos brasileiros, depois de muitos vídeos postados no Youtube e o vazamento de um trecho de gravação de uma música até então denominada “Speed Étnica” por Edu Falaschi no Twittcam, é anunciado que o título do novo álbum seria “Aqua” do latim significa água. Algum tempo depois disso o nome das músicas é anunciado junto com o contexto lírico do álbum que seria baseado no livro Tempestade de Willian Shakespeare, com todos esses detalhes foi criado uma generalização de que viria um álbum espantosamente poderoso e variado, então a banda decidi postar no seu myspace uma das faixas do álbum, que foi a segunda do cd que pegou a todos de surpresa, está musica era “Arising Thunder” está música constitui algo mais orgânico, bem rápida cheia de riffs poderosos e com um contexto bem diferente do que todos esperavam, e com duas coisas novas, sendo a primeira os teclados que nessa música quase não se pode ouvir e que entra apenas nos três minutos e quarenta e cinco segundos, mas de modo bem singelo e bem abaixo dos outros instrumentos. O segundo ponto bem interessante é que a voz do Edu Falaschi está na sua melhor forma, como diz o velho ditado “Antes tarde do que nunca” ele encontrou o timbre de voz aonde ele pode cantar perfeitamente bem sem se esgoelar, como nos álbuns e apresentações anteriores, pois agora está usando um timbre mais grave e sem tantos agudos como nos CDs “Temple of Shadows e o Aurora Consurgens”. Logo após surge uma versão acústica de uma das baladas do cd, gravado em um estúdio de rádio a canção foi a “Lease of Life” cheia de feeling com um instrumental bem simples. E então o álbum é lançado no Japão e com isso mata a curiosidade de todos os fãs da banda pelo mundo inclusive no Brasil, a música que abre o cd inicia-se com a faixa de abertura Viderunt Te Aque que tem sons de um o que mais parece ser o capitão de uma embarcação, com seus comandados em alto mar no meio de uma tempestade. A segunda faixa é a veloz Arising Thunder, faixa cheia de guitarras gêmeas, inúmeros solos uma bateria bem rápida e técnica completando a cozinha com um baixo vibrante, os vocais é o que mais chama a atenção, pois logo nessa música se pode ter uma grande compreensão da melhora dos vocais de Edu Falaschi. Awake From Darkness terceira faixa do cd, começa de modo muito interessante e rítmico, nesta canção o ouvinte pode ser remetido aos tempos do Holy Land com certeza, nela os teclados aparecem mais para dar um tom ainda mais climático à música, logo após vem à balada Lease Of Life que foi citada anteriormente. Eis que surge então uma das músicas mais vibrantes do álbum The Rage of The Waters nela pode-se perceber uma bela mistura daquele forró mais antigo nordestino com uma levada de Metal, uma combinação interessante, sendo que a música alcança o seu ápice no refrão logo após sendo acompanhada de um clima mais épico de teclados, os grandes destaques dessa canção são Ricardo Confessori (bateria) e Felipe Andreoli (baixo) que transformam a música em um belo Baião em alguns momentos, com uma ótima gama de swing. A sexta música Spirit Of Air com certeza é uma das melhores baladas compostas pela banda, está sendo uma composição de Edu Falaschi e Kiko Loureiro nela se nota o quão belo é o alcance vocal de Edu quando mantido em tons mais graves, principalmente na introdução da música quando aonde se pode ouvir a voz dele com muita clareza, acompanhado de uma linha de violão dedilhado. Agora em Hollow nota-se o pouco que ainda sobrou de influência do cd anterior o “Aurora Consurgens”, pois ela tem uma introdução de sintetizadores e também tem uma linha mais direta e agressiva, mas no meio da canção se tem passagens bem interessantes de violão que logo após dão espaço a um solo de guitarra com um clima muito tenso. Então vem a Power balada dramática, A Moster in Her Eyes, com certeza ela poderia ser usada como uma trilha sonora em algum filme medieval, sendo que as linhas de violão no começo nos remete diretamente ao primeiro grande hit lançado pelo Angra nova era a música Rebirth. Uma das músicas mais trabalhadas do álbum Weakness of A Man é bem interessante sobre saindo, sendo que alguns momentos ela até tem um certo tom de música pop, pois é uma música que atrai o ouvinte a cada instante surge uma coisa nova na canção, sem contar que o ritmo e o timbre de Edu nesta canção é algo inacreditável. Fechando o álbum surge então a balada fúnebre Ashes, está canção remete o ouvinte diretamente à música Visions Prelude, mas com uma grande diferença quando o ritmo cresce depois do primeiro um minuto e dez segundos da canção, aonde não apenas os teclados são o carro chefe, mas as guitarras, baixo e bateria dão um alcance ainda maior com as linhas vocais seguindo uma linha com muito feeling e com ótimos backing-vocals de fundo, o aspecto muito interessante é quando a música para, então os teclados voltam logo após acompanhado de um voz feminina fazendo o que seria uma citação, então a música novamente volta ao tom mais dramático com um ótimo solo de guitarra. A versão japonesa do álbum vem com uma versão remix de Lease of Life aonde se tem apenas a voz e os teclados, sem a cozinha e as guitarras. O que mais chama a atenção neste álbum sem duvida nenhuma é os vocais de Edu Falaschi que agora parece ter a experiência e a compreensão de que a sua voz em tons mais graves tem um efeito melhor nas canções, a bateria de Ricardo Confessori surpreende muito principalmente na música Arising Thunder aonde ele demonstra que também tem a capacidade de tocar músicas velozes e cheias de pedais duplos. O saldo final do álbum é bom, com apenas dois aspectos negativos o primeiro é a mixagem/produção que foi feito pela própria banda no Norcal Studios em São Paulo com a supervisão de Adriano Daga e auxilio de Brendan Duffey, que deixou o álbum mais oco e com um som mais sujo. E o segundo ponto negativo seria a falta de mais uma ou duas músicas com mais velocidade e punch, um álbum que pode-se dizer que é mais um renascimento da banda. Nota 8.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Resenhando The Inner Circle


Evergrey - The Inner Circle



Bom antes de começar essa resenha, tenho que fazer uma breve explicação. Como todo bom fã, músico ou quem curte Heavy Metal, sabe da aversão que o estilo tem da religião e vice-versa. Quantas vezes as igrejas Cristãs não atacaram e ainda atacam esse estilo de música, que surgiu para isso mesmo causar impacto. Ai com o tempo surgiu o White Metal, criado pela banda Stryper que conseguiu realizar uma pequena aproximação entre o estilo musical e a religião cristã, mas até hoje desde seu início nos anos 80 todos sabem que é uma falsa idéia de que o Metal e a igreja cristã se dão bem. Pois até os dias presentes essa guerra não acabou e pelo jeito não vai acabar, primeiro porque o estilo musical sempre foi contra muitos dos ideais cristãos e outra porque a própria igreja nunca gostou do estilo e o abominou como muitas outras coisas na sua história. Agora partindo para a banda, bom Tom S. Englund sempre foi o líder, guitarrista e vocalista criando a maior parte das concepções das letras, com muito “feeling” tanto nas melodias, corais e nas letras Tom também tem um timbre vocal único, Sendo o cd The Inner Circle o ápice da sua concepção sobre a religião, quem conhece o cd Solitude*Dominance*Tragedy tendo escutado a música “A Scattered Me” e já leu a sua tradução sabe o quanto Tom escreve o que pensa nos álbuns da banda, mas se nessa canção ele chama a Deus de Judas em The Inner Circle ele critica as religiões cristãs com grande esmero. Os músicos que deram suporte a ele foram Henrik Danhage guitarra e backing vocals, Michael Håkansson baixo, Rickard Zander teclados e backing vocals e o estreante Jonas Ekdahl na bateria, muitos dizem e acreditam que essa foi a melhor formação da banda até hoje. Sobre o álbum em si, tirando os músicos da banda ainda se tem os belos backing vocals de Karina Englund esposa de Tom algumas músicas também tem a participação de um quarteto de cordas da orquestra de Gotemburgo o que dá uma dimensão ainda melhor e mais real ao álbum. A primeira música a abrir o álbum é “A Touch of Blessing” a música é lenta e começa baixa e sua altura vai subindo aos poucos, com apenas a voz de Tom e a guitarra de Henrik dando entrada à música, quando entra os teclados e os outros instrumentos à música adquire uma força e vitalidade sem igual, bem intricada e cheia de um clima soturno. “Ambassador” segunda música começa com uma citação do que parece ser um padre e já entra arrebentando tudo com riffs pesados, e um ritmo pulsante, quando entra a voz então a gama densa se torna ainda maior, pois nela prevalecem mais os backing vocals, destaque para o ritmo quebrado, os solos de guitarra e as linhas de teclado. A terceira música é a “In the Wake of the Weary”, continuando o ritmo da segunda canção começando rápida, mas com bem mais melodia que a anterior, destaque para a voz de Karina que aqui dá uma pequena demonstração da sua bela voz soltando alguns agudos também. Seguindo em frente eis que vem “Harmless Wishes” essa já entra de modo mais lento e com uma performance vocal de Tom cheio de tristeza e dor como se tivesse perdido tudo para alguém, a letra é algo excepcional destacando também as linhas de teclado que da todo o clima da música. A primeira balada do álbum chega “Waking Up Blind” todo o instrumental é bom, as linhas vocais ainda melhores ainda, podendo se ouvir e prestar atenção em cada instrumento perfeitamente. “More Than Ever” volta a dar aquele clima tenso e pesado do álbum com inicio bombástico e ritmo extremamente quebrado, que só segue uma linha tênue no seu refrão acompanhado de um riff singelo e muito interessante de guitarra os dois solos, tanto o de Tom quanto o de Henrik são os melhores do cd. “The Essence of Conviction”, música pesada, com ritmos quebrados, com ótimas linhas de teclado e um vocal avassalador, os backing vocals de Karina e dos outros músicos dão uma dimensão ainda maior para a canção. Agora eis que chega uma das músicas de mais difícil digestão do álbum “Where All Good Sleep” uma música mais lenta, mas com uma pegada tão pesada quanto à anterior, só que em alguns momentos ela parece manter o mesmo clima e ritmo por não ter para onde evoluir a música só se torna interessante quando entra nos seus três minutos ainda sim, quando surge uma gama enigmática sobre a canção. “Faith Restored” é a segunda e ultima balada do cd, sendo ela não apenas calma, mas simples também, apenas voz, violão, teclado, backing vocals e uma pequena citação do que parece um Pastor. Para fechar o álbum a música mais tensa do cd “When the Walls Go Down”, começa com uma linha de teclado que chega a nos remeter a filmes de terror clássico, pelas notas frias e pesadas, sendo que pouco tempo depois entra a voz de um homem que parece estar fazendo uma declaração aonde ele começa pedindo ajuda a Deus, depois passa para algo como se fosse uma conversa aonde expõe o que está passando, logo após isso começa a reclamar de sua vida e então sua voz ganha um tom choroso e melancólico, alguns instantes de silencio e então o instrumental ganha um ritmo ainda mais pesado e tenso. Com isso o que antes era tristeza se torna ódio e reclamações demonstrando todo o ódio e desprezo que se pode sentir por esse Deus das igrejas de hoje. O cd é um dos melhores já feitos falando sobre o tema religião e fé, abordando de modo sincero e realista os dias de hoje, lembrando que o Evergrey não é uma banda satânica ou anticristo, e tem também uma versão do álbum que vem com três faixas bônus acústicas sendo elas “I’m Sorry”, “Recreation Day” e “Madness Caught Another Victim” todas são faixas do cd anterior Recreation Day e foram gravado em uma pequena apresentação da banda na FNAC na França. Álbum nota 9 vale apena conferir...

sábado, 20 de março de 2010

My Ashes...

Onde estão as Respostas

Às vezes me pergunto
Aonde eu me perdi?
Às vezes eu me pergunto
O que me tornei?
Às vezes eu meu pergunto
Como tudo isso aconteceu?

E todas às vezes uma mesma resposta
O vazio que isola todo o ambiente

As lágrimas que vem a rolar
Molhando o meu rosto e rasgando o meu coração
Para onde foi à vontade de lutar?
Quando eu perdi a minha vontade de acreditar?

Não a ninguém para me responder
E a todo o momento as perguntas continuam a voltar
Fazendo-me pensar, que algo no mundo está errado
Mas o que seria?

E sempre tem uma única coisa que eu posso culpar
E a sempre a mesma pessoa que eu posso odiar
Pelo modo que tudo esta
Eu...

domingo, 31 de janeiro de 2010

Resenhando Mourning Sun


Fields Of The Nephilim - Mourning Sun

Para se falar da banda inglesa Fields Of The Nephilim, temos que falar primeiramente do seu atual líder Carl Maccoy que em sua vida musical sempre procurou abordar temas religiosos nas letras das bandas pelas quais passou ou montou. Neste álbum do Fields, apenas Maccoy participou ativamente do álbum, pois retornou com a banda sem o consentimento dos outros músicos incluindo Tony Pettitt baixista que também foi um membro ativo da banda durante muitos anos. Em Mourning Sun a proposta musical é quase que totalmente oposta a de outrora, se antigamente era um Gothic Rock/Metal com um pouco de Dark Wave agora é um Doom Metal atmosférico, cheio de uma áurea sombria e carregada de mistérios. Antigamente o que predominava nas canções do Fields eram a guitarra e o saxofone (o que não dá para acreditar, mas era assim mesmo, e as antigas composições também eram ótimas), agora o que tem a dianteira do som são os teclados sendo a voz de Maccoy um contraste interessante desse novo direcionamento da banda. O cd começa com a atmosférica Shroud (Exordium), uma canção com um início com aqueles corais de igreja, logo após abrindo caminho para alguns sussurros e linhas de teclado, com a voz de Carl entrando fazendo alguma citação depois vem choro de bebe e então entram os outros instrumentos que deixam a atmosfera da música ainda mais carregada. O que dá continuação ao álbum é a música Straight To The Light essa começa mais rápida com linhas de baixo muito interessantes, com o vocal gritado no começo da música, destaque também para as linhas de bateria da música ainda mais no meio da canção aonde bateria, baixo e teclados dão um contraste muito legal com algumas paradinhas. E então ressurge aquela aura atmosférica em New God Dawn, sendo está música também uma pequena ponte com o Fields de antigamente mais só que com uma cara mais atual destaques para as linhas vocais de Maccoy que nessa música cantou com a alma. Requiem XIII 33 (Le Veilleur Silencieux) é uma das canções de mais difícil digestão do álbum, pois é cheia de efeitos, com uma introdução de teclado bem singelo, guitarra limpa e lenta e as linhas vocais sussurradas. Eis então que entra uma das músicas mais rítmica e forte do álbum, Xiberia (Seasons In The Ice Cage) destaque para a bateria com linhas bem interessantes e viradas inteligentes, o baixo e os vocais bem variados também fazem um trabalho excepcional. She segue uma linha bem atmosférica e lenta também, sendo introduzida com o baixo e teclado os vocais bem limpos e mórbidos. Mourning Sun a faixa que dá nome ao álbum é a mais longa com quase onze minutos de duração, começa com alguns sussurros e com um som de guitarra bem legal, logo após entrando uma voz que prende o ouvinte, depois surge um coral feminino acompanhado de todos os instrumentos está música não tem um instrumento que se destaque mais, sendo essa a ultima música da versão normal do cd. A versão brasileira vem com uma música bônus com o nome In The Year 2525 sendo essa uma das mais pesadas do cd, tem um começo singelo com os dizeres “In the year 2525, 3535, 4545, 5555” logo após ficando bem rápida e rítmica como todo o resto do álbum a música é bem atmosférica e a voz de Maccoy nela está bem variado fechando o cd com chave de ouro. As composições têm os seus altos e baixos, mais ainda é um bom álbum com certeza o maior ponto negativo predomina no encarte pela falta das letras das músicas mesmo tendo um belo trabalho artístico, no todo o cd é nota 8.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Resenhando Alice In Hell


Annihilator - Alice in Hell

O que torna um álbum de uma banda nota 10? Uma capa bem feita que chame a atenção, músicos bons e músicas boas certo. Então este álbum que vou falar agora nasceu com a intenção de ser um dos melhores da história do Thrash Metal. Esta banda de nome forte Annihilator, banda canadense comandada pelo guitarrista Jeff Waters, conseguiu lançar um álbum muito acima da média logo no primeiro registro oficial. O álbum em si é o Alice in Hell que era para se chamar “Alice in Wonderland” que seria uma ironia com o livro “Alice no País das Maravilhas”. As músicas do álbum foram compostas por Jeff Waters, John Bates (vocalista), Paul Malek (bateria) e Dave Scott (baixo) no ano de 1984, que renderam três demo tapes: Phantasmagoria (1986), Welcome To Your Death (1986) e Alison Hell (1988). O álbum foi lançado em 5 de setembro de 1989, tendo sido gravado por Jeff Waters guitarra que também gravou as linhas de baixo, Randy Rampage nos vocais e Ray Hartmann na bateria, com uma capa assombrosa com uma garota em um lance de escadas, cheio de bonecas de pano pelos de grais da escada, uma na sua mão esquerda e uma vela na mão direita, com uma porta abaixo das escadas com uma das bonecas em pé com os olhos brilhando. O álbum abri com a música Crystal Ann, que é uma bela introdução com linhas de violão dedilhadas, logo após dando continuação vem à música mais obscura do cd Alison Hell que começa com uma linha de baixo que vai dando o tom sombrio à música, então vem às guitarras com algumas paradinhas, depois a música fica um pouco mais rápida e contagiante, com mais uma parada e um dedilhado de guitarra, logo após vem alguns riffs cortantes e então entra o vocal que dá o tom teatral da música por assim dizer. Está foi à música de trabalho do cd tendo um vídeo clip criado e passado durante muito tempo na MTV, logo após vem à música W.T.Y.D. (Welcome To Your Death), está bem rápida e com riffs cortantes e ríspidos, os vocais nervosos em certas horas gritados de Randy fazem o maior diferencial dessa música principalmente no refrão. Em seguida Wicked Mystic bem veloz com umas linhas de bateria muito técnicas e rápidas tendo umas viradas e paradas bem interessantes, as guitarras e o baixo ora são um pouco mais progressivos e em outros momentos são cheios de paradas outro destaque dessa música é o solos de guitarra que são sensacionais. Burns Like A Buzzsaw Blade começa com um curto solo de bateria logo depois acompanhado de riffs de guitarra e o baixo, com algumas paradinhas bem estranhas, mas bem feitas um vocal meio urrado em certos momentos de Randy dão um tom todo louco para a música. Word Salad começa com uns dedilhados de guitarra e depois ao entrar da bateria e do baixo fica bem cavalgada, com vocais poderosos a música tem ótimos riffs de guitarra no seu decorrer, sendo que em certas horas as guitarras tomam totalmente as rédeas da música. E então vem a primeira música instrumental do cd essa de nome Schizos (Are Never Alone) Parts I & II, a música começa sendo chamada por um efeito de guitarra, fica bem rápida logo após a bateria e o baixo fazem algumas paradinhas enquanto as guitarras vão soltando riffs poderosos, com alguns slides em algumas partes. A penúltima música Ligeia tem uns riffs mais simples e mais rápidos no começo, essa num tom que lembra bastante o Slayer com os vocais mais limpos transmite uma energia muito forte, com um refrão bem rápido e poderoso, solos insanos e um groove muito bacana. A ultima música do cd é uma das mais poderosas, Human Insecticide também com esse nome não poderia se esperar menos, tem uma linha de baixo bem interessante que dá um tom diferenciado para a música, junto com os vocais que nessa música se pode dizer que está cheio de ódio, riffs de guitarras bem ríspidos e slides nas paradas da música, uma bateria fora do comum também a música fecha de modo bem clássico o álbum. Cd recomendado na coleção de qualquer fã de Heavy Metal principalmente os fãs de Thrash, pois é uma aula de como se fazer músicas pesadas e de qualidade, na versão em cd remasterizada vem com três músicas bônus sendo elas Powerdrain (Demo), Schizos (Are Never Alone) Parts I & II (Demo) e Ligeia (Demo). Nota 10!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Resenhando Mentalize


"Antes de começar a resenhar este segundo álbum do Andre Matos tenho uma pequena observação a fazer. Bom na arte em si, todos sabem que existe o que chamamos de estilo é algo que defini um padrão de algo, vida, literatura, música e assim por diante. Na música a maior parte dos músicos e bandas seguem seus estilos, algo que eles se propuseram a fazer no começo de suas carreiras que com o tempo vão evoluindo dentro daquilo que criaram, sendo o Heavy Metal um dos estilos mais fechados do mundo, mesmo ele flertando com um monte de outros estilos músicas, muitas pessoas são contra qualquer mudança que venha a acontecer, sem contar que as próprias bandas tem medo de perder os seus status e fãs com as mudanças musicais em suas composições, mas esta lei não se aplica ao músico Andre Matos. Quando estava no Angra logo após o lançamento do álbum Fireworks, que mesmo tendo sido algo bem diferente do que haviam feito nos dois álbuns anteriores e a banda estar em alta, Andre, acompanhado do baixista Luis Mariutti e do baterista Ricardo Confessori deixaram a banda. Foi uma decisão arriscada pois, estavam em uma banda com 3 grandes álbuns, reconhecidos no mundo inteiro e ainda em ascensão com isso sofreram para começar a nova empreitada musical o Shaman. Mas em pouco tempo eles conseguiram se recuperar bem, lançaram o cd Ritual que foi um grande sucesso em nosso país, tendo sido este lançado pela gravadora Universal Music, tendo também a faixa Fairy Tale tocada na novela Beijo do Vampiro da rede Globo, mas não apenas de grandes gravadoras e telenovelas vive uma banda principalmente quando ela toca Metal, eles alcançaram tudo isso com um ótimo lançamento. A proposta ia de contra mão do que fizeram com o Angra, agora com só um guitarrista que foi a revelação Hugo Mariutti irmão mais novo do baixista Luis Mariutti, as músicas eram mais simples, sem tantas guitarras e inúmeros solos aqui e ali, a bateria e o baixo também com linhas mais simples e os teclados tomaram um grande espaço. Com uma mistura de Música Clássica e World Music ao seu som, ficou algo bem inovador, sendo que com o tempo alguns até chegaram a dizer que a banda havia criado o estilo Mystic Metal, o cd vendeu inúmeras cópias pelo Brasil, depois de um tempo foi lançado na Europa e também conquisto um público grande por lá. Logo após veio o CD/DVD Ritualive que era a compilação ao vivo do cd com duas músicas do Angra no repertório, uma do Avantasia e outro do Helloween, também participaram do show os músicos Tobias Sammet, Andi Deris, Michael Weikath, Marcus Viana, George Mouzayek e o produtor Sasha Paeth. Depois do lançamento do álbum ao vivo foram mais de 100 shows e três anos depois veio o segundo cd da banda, sendo esse de nome Reason, que mais uma vez mostrava mais uma faceta diferente de Andre Matos, Luis e Hugo Mariutti, Ricardo Confessori e o tecladista Fábio Ribeiro (que na banda era considerado um músico contratado). Esse com uma linguagem mais pesada, direta e obscura totalmente calcado no Heavy Metal Tradicional e com uma pitada de Rock Gótico em alguns trechos, com direito ao cover da música More da banda The Sisters of Mercy, sendo que o nome da banda também havia mudado para Shaaman. O álbum em si agradou bastante quem não tinha gostado do Ritual, mas ao mesmo tempo desagradou parte dos fãs do cd anterior, mas do mesmo modo a banda continuou em ascensão na América Latina e Europa. Em abril de 2006 a banda decide dar uma pausa nas atividades, alegando desgaste pessoal, devido a rotina sem pausas, dizendo parar para todos poderem se focar em alguns projetos paralelos para depois decidir o que fariam com o Shaaman, então no dia 10 de outubro de 2006 o baterista Ricardo Confessori solta a nota pelo fã clube da banda na época (For Tomorrow) que o que o Shaaman havia dado fim por definitivo nas atividades. Logo após isso os outros três integrantes da banda Andre Matos, Luis e Hugo Mariutti soltam uma nota dizendo que a decisão foi tomada primeiramente por Ricardo sem ao menos querer se sentar com os outros integrantes para resolver o impasse. Logo após a separação Andre Matos e os outros integrantes decidem começar a banda solo do próprio."


Escrever sobre o álbum Mentalize do Andre Matos é uma tarefa dificil, trata-se de mais um álbum polêmico do músico. Começando pelo encarte aonde ele tem inúmeros furos representando um labirinto e o cd tem a cor original, por um lado agradou a alguns que acharam a idéia inovadora e por outro desagradou a outros por ficar ruim de ler as letras das músicas principalmente. Se no primeiro cd Andre Matos em suas letras falou de liberdade neste ele desenvolve o assunto autoconhecimento e também aborda um pouco de Física Quântica, pois como o cd foi co-produzido por Corciolli ao invés de Roy Z (que produziu o cd Time To Be Free) um grande músico brasileiro reconhecido no cenário da New Age internacional e também proprietário da gravadora Azul Music, que teve uma participação ativa ao lado do Andre na criação das letras e da arte em si do cd. Agora musicalmente falando o cd traz mais surpresas e inovações que no álbum anterior a primeira é a bateria que desde algum tempo depois do álbum anterior havia sido assumida por Eloy Casagrande, as músicas em si estão mais diretas e mais curtas do que anteriormente. Começando com a tribal Leading On!, não sendo tão rápida assim, com riffs poderosos de guitarra e um vocal bem forte nesta música se percebe o talento do baterista Eloy, com uma levada muito bacana e rítmica. Quando se começa a música I Will Return uma grande surpresa, a música entra com um coral de vozes bem ao estilo de bandas de rock dos anos setenta como Queen e Journey, sendo o seu instrumental algo bem diferente com ótimas linhas de teclado e de voz principalmente, mas é a partir dela que a bateria cai num simplismo sem igual. Someone Else vem em seguida, lembra um pouco o álbum Reason do Shaaman, por causa da sua veia mais crua riffs mais pesados e o vocal do Andre bem rasgado e grave. Em Shift The Night Way pode-se perceber um pouco do que Andre Matos carrega do que fez com o Viper, essa música lembra e muito a sua primeira banda, principalmente as guitarras rápidas que fizeram um dueto sensacional nessa música. Eis então que surge a primeira balada do cd Back To You, uma bela balada com introdução de teclado e voz lembrando um pouco o seu trabalha com o Virgo, mas com uma cara menos comercial, com um ótimo refrão e um solo cheio de guitarra feeling, destaque para a voz e os backing vocals. Mentalize é uma música que dá para se chamar de um Power/Thrash Metal, composta por Andre e Hugo Mariutti, percebe-se que o guitarrista teve a idéia principal desta canção, pois os riffs de guitarra e o próprio andamento da música nos remetem a muitas bandas de Thrash Metal, com um instrumental muito forte e rápido, até mesmo com os backing vocals gritando “Mentalize” estilo as bandas de Thrash. A sétima música The Myriad com certeza remete o ouvinte aos tempos do Holy Land, tanto no instrumental, no solo de guitarra e nos vocais. Continuando temos a faixa When The Sun Cried Out, com uma introdução de vozes e uns riffs cortantes no começo, está outra música bem interessante, uma música que é uma Power Ballad pois logo após a introdução cai em uma coisa mais melancólica e lenta e depois cresce novamente uma música bem interessante as linhas de teclado e baixo são bem marcantes e parecem se completar em uma sincronia perfeita, as guitarras também estão bem afiadas principalmente na parte dos solos, as linhas de bateria em certa partes empolga bastante. Mirror of Me aos ouvidos de quem já ouviu Stryper a música More Than a Man tem um breve momento de nostalgia pois as bases em certas partes são parecidíssimas desta música lembra e muito, mas com um ritmo diferente, agora a música em si é bem rápida e com uma linha de guitarra e baixo bem interessante aonde o vocal se encaixa perfeitamente bem. Violence começa com uma introdução de teclado bem interessante que prende o ouvinte para querer ouvir o resto, a música tem um clima diferente algo que seria difícil se ouvir do Andre, pois ele verdadeiramente inovou nessa música, as linhas de vocal não são tão marcantes assim, mas os outros instrumentos se encarregam de carregar o clima da música, vale também ressaltar as linhas de teclado no meio da música logo após o refrão, quando todos os instrumentos param e fica somente os teclados. Logo depois vem uma balada muito interessante apenas piano e voz, assim como no cd Holy Land aonde se tinha uma curta balada de violão e voz, aqui pode-se dizer que o feito é repetido mas com uma roupagem diferente, com um piano e as linhas vocais soando mais calmas e não menos emotivas. Powerstream vem com tudo logo após a balada anterior, um Power/Speed Metal muito rápido e com uma linha bem ao estilo Viper, as linhas de guitarra dessa música são simplesmente matadoras. Eis então que chega a ultima faixa do cd uma música bônus para a versão brasileira (?), assim como no Time To Be Free aonde se tem a regravação da música Moonlight do Viper, aqui se encontra a regravação da música Don’t Despair do Angra, que muitos esperavam por essa regravação. Pois foi uma das músicas da banda que nunca chegou a ser lançada oficialmente, mas assim como na regravação do Viper, Andre Matos também fez inúmeras modificações, como modificar a altura do baixo e dos teclados e retirar muitas improvisações e firulas das guitarras da versão anterior, isso sem contar as linhas vocais que estão totalmente diferentes. Alguns amaram e outros odiaram esta nova versão. O cd tem alguns pontos altos e outros baixos, como sempre Andre Matos ousou e não teve medo, mas às vezes isso não cai como uma luva, ainda mais se comparado com o lançamento anterior aonde as músicas soavam mais coesas e a bateria um pouco mais trabalhada, agora nos cabe esperar pelo próximo lançamento e esperar por um novo petardo do músico, no final nota 7 para o álbum.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Resenhando Time To Be Free


Esta é a minha primeira resenha de um cd então vamos lá:

Andre Matos - Time To Be Free

Neste primeiro álbum deste grande músico da cena do Heavy Metal nacional percebe-se algumas diferenças de trabalhos passados, mas algumas semelhanças também, nas inovações a primeira foi os outros dois músicos que vieram a entrar na banda o guitarrista Andre Hernandes que tinha chegado a fazer parte de uma das formações iniciais do Angra, até um pouco antes do lançamento do EP Reaching Horizons e o baterista Rafael Rosa que chegou a participar dos primeiros shows e gravou as linhas de bateria do cd, logo após deixando a banda. Agora no quesito das letras do álbum Andre fala sobre um “Tempo Para Ser Livre”, algumas pessoas chegaram a imaginar e dizerem que ele talvez estivesse falando sobre a sua relação com o baterista Ricardo Confessori, ou até mesmo algo mais longínquo ainda que fosse em relação ao Angra. Mas muito pelo contrário ele fala sobre a quebra de paradigmas impostos em sua vida, tanto pessoais quanto profissionais, principalmente o profissional aonde ele fez um trabalho bem inovador. Partindo agora para as músicas como quase todos os primeiros álbuns que o Andre gravou o cd têm uma introdução, sendo está Menuett uma pequena orquestração que dura exatos quarenta e oito segundos, abrindo caminho para a música Letting Go que entra com o baixo, a bateria e o teclado aos poucos a música vai crescendo até então entrarem as guitarras, com um ritmo bem cavalgado uma linha de bateria bem rítmica entra os vocais junto, percebe-se que hoje em dia o Andre não presa mais tanto os agudos como em tempos passados, mas ainda assim passa uma energia bem forte no estilo que se propõe a fazer. Logo após vem a música Rio, com uma introdução de teclado e guitarra muito bacana, depois quando se entra os outros instrumentos percebe-se o peso desta música que com certeza é uma das mais pesadas do músico, a letra baseada no filme Cidade de Deus, fala sobre o atual estado da cidade em relação à violência e com um pequeno cutucão aos governos da cidade, que sempre quiseram mais e mais poder e não olharam para o estado em que se encontrava a cidade maravilhosa, e então chega à música Remember Why, com uma bateria que lembra um pouco a linha da música Holy Land do Angra, a música meio que dá uma esfriada nos ânimos, mas ainda é bem contagiante sendo o seu refrão muito interessante. Entrando com um efeito de respiração chega à música How Long (Unleashed Away), com uma linha de bateria, acompanhada da guitarra e os dizeres “I’m just trying to find me” o que mais chama atenção nessa música é o instrumental, principalmente as guitarras, o baixo e a bateria, pois ficou algo que faz o ouvinte assimilar ao Iron Maiden sem pensar duas vezes, o solo das guitarras nessa música também ficou muito bem dividido deixando a música muito contagiante, ela ao vivo com certeza deve ter um efeito poderoso. Looking Back é a primeira balada a aparecer no cd, com um ritmo bem diferente e qualquer coisa errada, pois a música não chega a chamar muito a atenção tanto no instrumental quanto no vocal. Mais uma balada em seguida Face To The End, está um pouco mais fácil de digerir e mais agradável, começa com uma introdução de teclado que lembra um pouco a música Innocence do álbum Reason do Shaaman, mas com um ritmo bem diferente, entrando logo após as guitarras, o baixo e a bateria, entrando por ultimo a voz de modo bem calmo, ficando um pouco mais pesada quando chega ao primeiro minuto e trinta segundos mas mantendo o mesmo ritmo do início. A terceira e ultima balada do cd está que leva o nome do álbum Time To Be Free, entrando com o teclado, a voz e o baixo sendo a balada com o maior feeling das três que constituem o álbum, com um ritmo e temática muito interessante sendo que essa vai crescendo aos poucos, fica um pouco mais rápida e pesada destaque para os teclados, o baixo e as linhas vocais. É chegada então à música mais Shamânica do cd por assim dizer, pois tem uma introdução tribal e que remete o ouvinte ao álbum Ritual do Shaman ou até mesmo a música In The Night do Reason a música no todo é muito interessante, esta é uma das faixas do cd que sabe-se que ainda havia sido composta com a banda anterior do Andre, mas a grande novidade aqui é os vocais guturais de Sander Gommans (Ex-guitarrista e vocalista do After Forever). A décima música pode-se dizer que é o fim de uma era, A New Moonlight é a regravação da primeira canção composta por Andre Matos ainda nos seus tempos do Viper sendo que a versão antiga só tinha o ultimo nome Moonlight aqui ela ganhou uma visão nova com algumas frases novas na letra e com alguns efeitos também, sendo que ela tem a introdução de piano criada em cima do inicio da 7ª sinfonia de Beethoven tornando a música bem dramática. Endeavour é a ultima música do cd que fecha com chave de ouro, a música começa de modo bem pesado com solos vibrantes, e uma linha vocal energética o nome da música em português significa esforço e a sua letra trata do esforço com o qual temos que conviver todos os dias de nossas vidas desde quando nascemos, a música termina com uma linha bem melódica no instrumental com um apelo muito forte dos teclados e com uns agudos. O cd em si é muito bom nota 9 para ele, pois o conjunto fez um primeiro registro muito bom.