sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resenhando Aqua


Aqui está um álbum que há muito tempo foi esperado, por muitos fãs no mundo, mais ainda pelos fãs tupiniquins. Depois de uma longa pausa de três anos a banda Angra veio a anunciar um novo álbum de inéditas, depois de passar por um processo demorado e lento em relação a dois aspectos diferentes. O primeiro foi à abertura de processo contra o seu antigo empresário Antonio Pirani, pois o mesmo se endividou de tal forma, que chegou a vender parte dos direitos autorais sobre o nome da banda, para o pagamento de suas dívidas, ai entrou o processo de desligamento de contrato e o pedido judicial pelos direitos autorais do nome da banda, por Rafael Bittencourt guitarrista e líder da banda. Vencido esse processo, veio o segundo aspecto que era quem ficaria ou não na banda, em suas reuniões foi decidido em uníssemos que apenas o baterista Aquiles Priester deixaria a banda, por suas declarações sobre os climas pesados dentro da banda antes do encerramento temporário das atividades. Sendo assim é chamado para o posto de baterista Ricardo Confessori, que até então estava no recém reativado Shaman, e por ter tocado em algumas faixas do cd solo de Rafael Bittencourt (Bittencourt Project). Então com uma nova empresária fazendo os negócios pela banda e com o antigo ex-baterista que havia ficado durante 10 anos na banda de volta, eis que começaram os preparativos de um novo álbum.
Então é anunciado um novo álbum de estúdio, com isso a banda começa a colocar online no Youtube os “vídeos reports” que seriam vídeos de estúdio com alguns trechos das gravações, assim como outros de coisas mais pessoais da banda como a chegada no sítio de Ricardo Confessori aonde foi gravado parte do cd Holy Land. Por falar neste álbum dá para perceber que muito do contexto deste álbum tem ligação com o Holy Land, pois as músicas estão com aquele jeitão mais étnico de ritmos brasileiros, depois de muitos vídeos postados no Youtube e o vazamento de um trecho de gravação de uma música até então denominada “Speed Étnica” por Edu Falaschi no Twittcam, é anunciado que o título do novo álbum seria “Aqua” do latim significa água. Algum tempo depois disso o nome das músicas é anunciado junto com o contexto lírico do álbum que seria baseado no livro Tempestade de Willian Shakespeare, com todos esses detalhes foi criado uma generalização de que viria um álbum espantosamente poderoso e variado, então a banda decidi postar no seu myspace uma das faixas do álbum, que foi a segunda do cd que pegou a todos de surpresa, está musica era “Arising Thunder” está música constitui algo mais orgânico, bem rápida cheia de riffs poderosos e com um contexto bem diferente do que todos esperavam, e com duas coisas novas, sendo a primeira os teclados que nessa música quase não se pode ouvir e que entra apenas nos três minutos e quarenta e cinco segundos, mas de modo bem singelo e bem abaixo dos outros instrumentos. O segundo ponto bem interessante é que a voz do Edu Falaschi está na sua melhor forma, como diz o velho ditado “Antes tarde do que nunca” ele encontrou o timbre de voz aonde ele pode cantar perfeitamente bem sem se esgoelar, como nos álbuns e apresentações anteriores, pois agora está usando um timbre mais grave e sem tantos agudos como nos CDs “Temple of Shadows e o Aurora Consurgens”. Logo após surge uma versão acústica de uma das baladas do cd, gravado em um estúdio de rádio a canção foi a “Lease of Life” cheia de feeling com um instrumental bem simples. E então o álbum é lançado no Japão e com isso mata a curiosidade de todos os fãs da banda pelo mundo inclusive no Brasil, a música que abre o cd inicia-se com a faixa de abertura Viderunt Te Aque que tem sons de um o que mais parece ser o capitão de uma embarcação, com seus comandados em alto mar no meio de uma tempestade. A segunda faixa é a veloz Arising Thunder, faixa cheia de guitarras gêmeas, inúmeros solos uma bateria bem rápida e técnica completando a cozinha com um baixo vibrante, os vocais é o que mais chama a atenção, pois logo nessa música se pode ter uma grande compreensão da melhora dos vocais de Edu Falaschi. Awake From Darkness terceira faixa do cd, começa de modo muito interessante e rítmico, nesta canção o ouvinte pode ser remetido aos tempos do Holy Land com certeza, nela os teclados aparecem mais para dar um tom ainda mais climático à música, logo após vem à balada Lease Of Life que foi citada anteriormente. Eis que surge então uma das músicas mais vibrantes do álbum The Rage of The Waters nela pode-se perceber uma bela mistura daquele forró mais antigo nordestino com uma levada de Metal, uma combinação interessante, sendo que a música alcança o seu ápice no refrão logo após sendo acompanhada de um clima mais épico de teclados, os grandes destaques dessa canção são Ricardo Confessori (bateria) e Felipe Andreoli (baixo) que transformam a música em um belo Baião em alguns momentos, com uma ótima gama de swing. A sexta música Spirit Of Air com certeza é uma das melhores baladas compostas pela banda, está sendo uma composição de Edu Falaschi e Kiko Loureiro nela se nota o quão belo é o alcance vocal de Edu quando mantido em tons mais graves, principalmente na introdução da música quando aonde se pode ouvir a voz dele com muita clareza, acompanhado de uma linha de violão dedilhado. Agora em Hollow nota-se o pouco que ainda sobrou de influência do cd anterior o “Aurora Consurgens”, pois ela tem uma introdução de sintetizadores e também tem uma linha mais direta e agressiva, mas no meio da canção se tem passagens bem interessantes de violão que logo após dão espaço a um solo de guitarra com um clima muito tenso. Então vem a Power balada dramática, A Moster in Her Eyes, com certeza ela poderia ser usada como uma trilha sonora em algum filme medieval, sendo que as linhas de violão no começo nos remete diretamente ao primeiro grande hit lançado pelo Angra nova era a música Rebirth. Uma das músicas mais trabalhadas do álbum Weakness of A Man é bem interessante sobre saindo, sendo que alguns momentos ela até tem um certo tom de música pop, pois é uma música que atrai o ouvinte a cada instante surge uma coisa nova na canção, sem contar que o ritmo e o timbre de Edu nesta canção é algo inacreditável. Fechando o álbum surge então a balada fúnebre Ashes, está canção remete o ouvinte diretamente à música Visions Prelude, mas com uma grande diferença quando o ritmo cresce depois do primeiro um minuto e dez segundos da canção, aonde não apenas os teclados são o carro chefe, mas as guitarras, baixo e bateria dão um alcance ainda maior com as linhas vocais seguindo uma linha com muito feeling e com ótimos backing-vocals de fundo, o aspecto muito interessante é quando a música para, então os teclados voltam logo após acompanhado de um voz feminina fazendo o que seria uma citação, então a música novamente volta ao tom mais dramático com um ótimo solo de guitarra. A versão japonesa do álbum vem com uma versão remix de Lease of Life aonde se tem apenas a voz e os teclados, sem a cozinha e as guitarras. O que mais chama a atenção neste álbum sem duvida nenhuma é os vocais de Edu Falaschi que agora parece ter a experiência e a compreensão de que a sua voz em tons mais graves tem um efeito melhor nas canções, a bateria de Ricardo Confessori surpreende muito principalmente na música Arising Thunder aonde ele demonstra que também tem a capacidade de tocar músicas velozes e cheias de pedais duplos. O saldo final do álbum é bom, com apenas dois aspectos negativos o primeiro é a mixagem/produção que foi feito pela própria banda no Norcal Studios em São Paulo com a supervisão de Adriano Daga e auxilio de Brendan Duffey, que deixou o álbum mais oco e com um som mais sujo. E o segundo ponto negativo seria a falta de mais uma ou duas músicas com mais velocidade e punch, um álbum que pode-se dizer que é mais um renascimento da banda. Nota 8.

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