quarta-feira, 11 de maio de 2011

Shambala o "renascimento" do Metal Melódico com ritmos Tupiniquins?


Dando continuidade a linha do Metal Melódico que a muito tempo havia deixado o mercado, devido a super lotação de bandas que surgiram ao longo dos anos 90, no século 21 o estilo foi quase que extinto, pois quem fazia essa linha de música decidiu seguir outro caminho pois não havia mais para onde eles pudessem crescer e tudo que até então se imaginava que podia ser inventado já tinha sido criado por bandas como Stratovarius, Angra, Helloween e outras afins. Mas por aqui sempre houve um berço grande para o estilo, pois a nossa cozinha ritmica sempre foi muito rica, cheia de swing e com uma genialidade sem igual, pois até mesmo os músicos de bandas internacionais gostam de toda está mistura que tiramos de todas as culturas que vivem por aqui, ainda mais quando se trata de uma coisa mais indigena. E então dando continuidade a está gama musical do nosso país eis que o Aquaria (antigo Uirapuru) surgiu, com o album Luxaeterna que apresentou uma nova safra ainda adepta de bandas como Angra, em sua primeira formação os músicos eram Fernando Giovannetti : Baixo, Bruno Agra : Bateria, Leo Gomes (falecido de ataque cardiaco 01/12/2010) : Guitarra, Vitor Veiga : Vocais e Alberto Kury : Teclados. Neste primeiro album a banda renascia de modo espetacular o antigo Metal Melódico cheio de ritmos brasileiros, com músicas longas e apoéticas, linhas diretas em alguns momentos, em outros mais melodias e outras cheia de uma orquestração pomposa não tem como querer dizer que um ou outro músico é maior dentro deste trabalho, mas um diferencial fica por conta da guitarra, pois na maior parte das bandas do estilo sempre são dois guitarrista, mas o guitarrista Leo Gomes que sozinho segurou as linhas de guitarra de modo espetacular. Sem contar que a banda sempre deu um foco muito grande para a parte física do album pois o mesmo vem com dois encartes, logo após veio um hiato de dois anos com a banda sofrendo algumas alterações e especulações sobre sua formação. Até que é anunciado a saída de Leo Gomes e a entrada de Gustavo di Padua e Roberto Scripillitti, e então surge é começado os processos de gravação do novo album de nome Shambala.
Neste album a banda apresenta uma sonoridade mais coesa, começando com a introdução a faixa “Hope”, algo que soa até meio natalino de começo bem interessante as linhas de teclados intercalados com umas passagens mais orquestrais. Logo após “Heart of the Gods”, está começa de modo bem pesado e rápido principalmente os bumbos duplos de Bruno Agra, acompanhado das linhas poderosas de baixo de Fernando Giovannetti, caindo em uma coisa mais profunda, com linhas de teclado e acompamento de baixo ao adentrar das vozes um belo coro Vitor dá o ar de sua graça com uma voz aguda e alta, mas que é muito agradavel e não soa cansativa ou exagerada como em algumas bandas do estilo, o solo de guitarra é muito interessante pois é meio que um duelo entre as duas guitarras e não é longo de fácil compreeensão e audição. “Expedition” em sua introdução lembra um pouco aquela banda indigena Carrapicho, quando se termina a introdução então todo o instrumental de forma bem bombastica e pesada, as guitarras com linhas diretas e um groove muito bacana no começo, logo depois caindo em um riff bem intercalado com as linhas de bateria e baixo, os teclados de Alberto Kury dão um toque bem interessante a voz em algumas partes é acompanhada de um coral que lembra aquelas canções de capoeira!? Sim, por mais inacreditavel que pareça, tudo com uma perfeição sem igual logo após a música cai em uma linha bem progressiva aonde o destaque vai para a bateria aonde Bruno faz um ótimo uso das caixas e dos pratos. Então é a chegada a hora da maior canção do cd, “Into The Forest” que começa com uma cozinha ritmica cheia de swing algo bem como se fosse uma celebração indigena, após a sua introdução uma linha de piano magistral com as linhas de voz de Vitor com um sentimento enorme, como se fosse o falar da natureza está música segue aquela linha bem baião cheia de backing vocals, mas que ao chegar nos seus 3 minutos de duração cresce de modo fantástico com linhas diretas, riffs agudos e os vocais de Vitor em tons altissimos, em alguns momentos se para toda a velocidade e cai em coisas mais cheias de harmonias de piano e voz, tornando a crescer novamente. “Lost” da continuidade de modo mais singelo, começando com uma linha de piano acompanhado de voz, algo de arrepiar que abre espaço para um instrumental genuinamente Power Metal, com linhas progressivas de bateria e baixo o solo de guitarra tem um groove fantástico e um peso muito grande. Uma faixa que de primeira espanta qualquer conhecer do estilo é a que vem a seguir “Iara”, pois ela lembra demais as bandas nórdicas de Symphonic Metal, o seu instrumental e até mesmo o modo com o qual Vitor canta lembra muito mesmo Nightwish, sendo essa canção meio que uma Power balada, não é muito rápida, assim como tambem não é lenta é uma canção bem agradavel. Agora “Shambala” música que nomeia o album, começa de modo espetacular, pesada, lenta, com dizeres sobre a natureza caindo em uma introdução de piano e voz, que cresce ainda mais quando os outros instrumentos entrão em cena e os vocais estão lá em cima agudíssimos, mas de modo muito coerente as guitarras cheias de harmônicos e bands acompanhando de modo singular, a cozinha bateria/baixo fazendo aquele contraste impressionante assim com os teclados bem altos dando apoio a voz. “Child Of The Universe” já é uma música mais Power Metal na linha do Rhapsody of Fire, uma faixa pesada, agressiva e bem direta com algumas pausas para belas orquestrações de Kury que demonstra o quanto domina o seu instrumento com facilidade, criatividade e competência. “Firewings” é uma Power Balada, que começa forte e com uma introdução muito bonita, as linhas de baixo nessa música é espetacular com belos fraseados e escalas, acompanhado de uma comovente linha vocal e orquestração de primeira. “Skies Of Amazonia” começa com uma melodia profunda de teclado, suave e bem lenta podendo se compreender cada nota que soa, após alguns toques de bateria de pratos, e então de de uma vez entra todos os instrumentos com o vocal de modo rápido e bem forte, com linhas bem quebradas caindo em um swing cheio de influências de maracatu, o destaque da música fica por conta dos dois minutos e doze segundos, quando entra em uma parte forte com belos e poderosos backing vocals, até voltar em uma parte mais direta cheia de groove uma canção recheada de ritmos indigenas, principalmente quando se trata das baterias, com solos em escalas maiores e bem rápidos. Para fechar o album eis que “Liberty” entra com linhas de teclado da primeira canção que introduz o album, acompanhado dos vocais até cair em um momento profundo cheio de orquestrações, que abre espaço para uma linha bem progressiva e quebrada do instrumental, o baixo acompanhado dos bumbos que junto com os vocais mostram o que pode vir por adiante, logo após uma curta orquestração a música cresce de modo sem igual entrando com guitarras poderosas, linhas de teclado recheado de feeling e notas bem limpas, fechando o cd de modo incrivel uma das músicas mais variadas do album com direito a solos de baixo/bateria, os solos de guitarra e os vocais sensacionais. Para um segundo registro a banda saiu muito bem, em alguns momentos o cd chega a lembrar o Holy Land do Angra, mas não deixa de ser algo inovador e comprovando que dentro do Metal Melódico ainda é possivel se fazer música com qualidade, técnica, ritmos brasileiros e de modo poderoso e bem pesado. Nota 9 e recomendado para a nova geração que está começando a curtir a safra nova do Heavy Metal nacional!

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